domingo, 13 de fevereiro de 2011

Lisboa, Novembro 1755


Formato: TVrip (RTP1 - 01-11-2008)
Ano: 2005
Sinopse: O terramoto de Lisboa foi há cerca de 250 anos, o nascimento de uma nova cidade, também.
Quando se soube que um violento tremor de terra destruíra a cidade de Lisboa, a Bolsa de Londres suspendeu todas as operações. O terramoto foi sentido em vários locais, tanto na Península como no norte de África e durante anos fez correr muita tinta.
Pela Europa, circularam textos, cartas, relatos e desenhos sobre a grande catástrofe que se abatera sobre uma cidade tão importante como Lisboa e os sábios discorreram sobre as causas de tantas mortes e prejuízos em bens.
Tudo se passara na manhã do primeiro dia de Novembro, consagrado pelos católicos a todos os santos da corte celeste, corria o ano de 1755. Por ser dia santo de guarda, e dada a hora, cerca das 9H30, o terramoto apanhou a população a caminho das Igrejas ou já a meio dos serviços religiosos.
Milhares de pessoas foram atingidas pela queda dos edificios. As que não sucumbiram aos desmoronamentos, pereceram nos incêndios ou no tsunami que se seguiuram. Grande parte da cidade de Lisboa, principalmente a zona ribeirinha, ficou em ruínas. Salvou-se o rei que se encontrava ausente do paço da Ribeira.
Mas uma tal catástrofe foi enfrentada de forma exemplar. Uma equipa de engenheiros militares liderados politicamente pelo Marquês de Pombal foi mobilizada e iniciaram-se os preparativos para refazer a cidade. “Cuidar dos vivos e sepultar os mortos” foi a frase-chave que ficou na memória até aos dias de hoje. Só que nem tempo houve para dar sepultura cristã aos mortos. De forma a impedir o alastramento de epidemias foi necessário recorrer a medidas extremas. E assim, com autorização das autoridades eclesiásticas, muitos corpos foram parar ao fundo do mar, outros depositados em valas comuns até hoje desconhecidas, outros, ainda ficaram, sob as estruturas das novas construções.
Dos escombros da cidade antiga romana e medieval nasceu a Baixa de Lisboa tal como a conhecemos hoje. Nasceu, também, uma nova forma de encarar a vida e de justificar as catástrofes naturais, nomeadamente, os terramotos.
O terramoto de Lisboa foi há 250 anos, o nascimento de uma nova cidade, também.
Autoria: Maria Júlia Fernandes